O Sr. Sócrates defendeu em Paris, num simpósio, com o sugestivo título "Novo Mundo, Novo Capitalismo", que o "Estado teve um papel preponderante ao ataque á crise mundial...que se cometeram erros no passado mas que neste momento estamos a ultrapassar a crise."
Nada de espantar com estas afirmações de quem vem, o "socialista" defensor acérrimo deste sistema capitalista, que seguindo o exemplo do seu pai moral, Mário Soares, que meteu o "socialismo na gaveta"!
O que é interessante nestas afirmações é que este senhor que fala em mais Estado, "o bom e velho Estado", e descontando qual o Estado existente, o capitalista, é ele que aprova e aplica o mais vergonhoso Código de Trabalho onde dá poderes discricionários aos patrões, portanto menos Estado... empresas e fábricas fecham às dezenas, e são despedidos milhares de trabalhadores, e qual a resposta do governo, quase nula, portanto menos Estado...centros de saúde, maternidades, escolas fecham, dando em contrapartida mordomias e incentivos a existência hospitais privados ou clínicas privadas, portanto menos Estado...nacionaliza bancos cujo negócio é fundamentalmente especulativo, mas intervir na Qimonda ou no sector do calçado ou de componentes para automóveis, nada, portanto menos Estado.
Poderíamos continuar a desfiar o rol das situações de menos Estado praticadas por este governo, mas estes exemplos são demonstrativos da demagogia deste senhor vende-pátrias, e do governo subserviente às políticas emanadas da União Europeia, onde impera um pau mandado, que dá pelo nome de Durão Barroso, que tem aplicado as políticas mais neo-liberais, o capitalismo mais serôdio, imitando os métodos dos tempos da Revolução Industrial.
Ao contrário do que defende este senhor, o que os trabalhadores portugueses e os europeus no seu conjunto é uma sociedade onde o trabalho seja valorizado, e quem detém as mais-valias seja o dono e senhor do seu destino, os explorados. Claro que precisamos mais de Estado, mas não este Estado, que está ao serviço dos grandes monopólios europeus e mundiais. Mas nas condições específicas actuais da revolução, sim a um Estado onde os explorados e oprimidos sejam os detentores do poder, o Estado Socialista.
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domingo, 17 de janeiro de 2010
QUE ESTADO !
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