O Comité
Distrital da Guarda do PCTP/MRPP denunciou o processo fraudulento que envolve o
negócio em torno do Hotel de Turismo da Guarda, adquirido, em 2010 por 3,5
milhões de euros, à Câmara Municipal da Guarda , pelo Governo da República,
através do Turismo de Portugal, o qual se comprometeu a recuperar totalmente o edifício, reabrir o hotel e utilizá-lo
como centro impulsionador de múltiplas iniciativas ligadas à hotelaria e ao
turismo na cidade e na região, incluindo a instalação de uma escola
profissional de características inovadoras, bem como uma incubadora de empresas
destinadas a operar nesta área de actividade, tudo isto a ser concretizado no
espaço de três anos (até 2013), através do recurso a fundos comunitários a
fundo perdido.
Este
compromisso nunca foi cumprido, nem exigido pelo executivo do PS na Câmara
Municipal da Guarda ao novo governo Coelho/Portas o seu cumprimento e, em 2013,
em lugar de a Guarda ver reabrir o Hotel Turismo, assistiu atónita à afirmação
do candidato autárquico do PSD/CDS, Álvaro Amaro, de que, se fosse eleito,
defenderia a venda do Hotel Turismo a uma entidade privada e que o Turismo de
Portugal deveria cobrar por essa venda apenas um “preço simbólico” (sic).
Sob a capa de
uma pretensa “devolução do hotel à cidade”, o que Amaro defendeu nessa altura
representaria um acto gravemente lesivo do erário público e indiciaria a
existência de um crime a merecer investigação imediata por parte do Ministério
Público.
Agora, enquanto
presidente da Câmara da Guarda, Amaro surge como uma fonte de informação privilegiada e um intermediário do
“negócio do século”, à escala da Guarda, entre um certo “investidor privado”,
ávido de aproveitar o “preço simbólico” do Hotel Turismo, e o Turismo de
Portugal, este pronto a deitar fora, como se nada fosse, a diferença entre 3,5
milhões de euros e o tal “preço simbólico”, o qual terá já entretanto descido
para 850 mil euros, ou seja, um quarto do que o Turismo de Portugal pagou pelo
Hotel Turismo há cinco anos atrás.
A forma descarada
como Amaro está a controlar passo a passo o andamento do negócio que há dois
anos anunciou, leva a crer que tudo foi planeado desde essa altura, o que
indicia estarmos perante um caso de polícia.
Dias antes da
venda em hasta pública do Hotel de Turismo, marcada para 30 de Abril último,
veio Amaro informar que não iria aparecer nenhum comprador! Nesta primeira
proposta, o preço-base seria de de 1,7
milhões de euros, com o compromisso de, no prazo de quatro anos, o novo
proprietário recuperar e reabrir o hotel e manter o seu funcionamento como
unidade hoteleira pelo período mínimo de trinta anos.
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