quinta-feira, 23 de abril de 2015

GARCIA PEREIRA NAS JORNADAS DO DIREITO DO TRABALHO


O Legado da Tróica – A Contra-Revolução Laboral e Não Só
No passado dia 15 de Abril, o camarada Garcia Pereira veio a Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, a convite da Presidente da Escola Superior de Gestão, Prof.ª Ana Rita Garcia, realizar uma palestra intitulada “O legado da Tróica – a contra-revolução laboral e não só”. Esta palestra ocorreu no auditório da Escola Superior de Gestão, pertencente ao Instituto Politécnico de Castelo Branco e integrou-se nas Jornadas do Direito do Trabalho, iniciativa de um grupo de docentes de Direito, com especial destaque para docente de Direito do Trabalho daquela Escola, Dr. David Falcão.
Perante uma audiência numerosa e atenta, o camarada Garcia Pereira começou por destacar a importância do evento em que participava e a possibilidade de ali serem expostas e debatidas importantes questões relacionadas com a actual crise e as suas alternativas, questões estas que muitas outras instituições de ensino superior sedeadas nos grandes centros e uma grande parte da intelectualidade e da chamada comunidade científica se recusam a colocar e a debater.
Entrando no tema da sua intervenção, o camarada Garcia Pereira denunciou e escalpelizou a ofensiva contra-revolucionária no campo dos direitos dos trabalhadores, os quais estão hoje completamente anulados por disposições legais iníquas, de que é exemplo aquela que priva o trabalhador do direito à indemnização sempre que este pretenda contestar em tribunal o despedimento ilegal de que foi vítima, obrigando assim a que, sem ter nenhum rendimento, esse trabalhador tenha que suportar, ainda por cima, todas as despesas de um processo judicial que hoje é extremamente oneroso por via do aumento brutal das custas judiciais e que é atirado para tribunais administrativos que não estão preparados para com eles lidar.
Prosseguindo a sua implacável denúncia dos crimes praticados pelo governo de traição nacional Coelho/Portas contra os trabalhadores e os seus direitos, e salientando sempre igual atitude por parte dos anteriores governos do PS, o camarada Garcia Pereira referiu o desemprego que atinge hoje mais de um quarto da população activa, os cortes sucessivos nos subsídios de desemprego e as crescentes dificuldades no acesso aos mesmos, o aumento no tempo de trabalho e o roubo dos salários dos trabalhadores no activo, bem como a subida incontrolável das situações de pobreza – tudo isto consubstanciando, como frisou o camarada Garcia Pereira, uma contra-revolução de cariz fascista que as forças do imperialismo e do grande capital procuraram e procuram impor à sombra de acordos de rapina pretensamente legítimos, como são o chamado Memorando de Entendimento com a Tróica e os tratados europeus assinados de cruz pelos novos Miguéis de Vasconcelos que o povo português tem de derrubar.
Acto contínuo, o camarada Garcia Pereira explanou as causas da situação dramática em que sem encontra o país e o povo trabalhador, desde uma dívida impagável que não foi o povo que contraiu, que não pára de aumentar e que não deve ser paga, até à destruição da economia e dos direitos e condições de vida do povo. Neste ponto, o camarada denunciou a chamada “opção europeia” posta em prática pelos partidos no poder logo a partir do primeiro governo constitucional, agravada pela posterior adopção do euro e da total alienação da soberania e da independência nacional. Ao fazê-lo, o camarada Garcia Pereira salientou o papel que o PCTP/MRPP desempenhou no combate à chamada integração de Portugal na CEE e na dita moeda única europeia.
Respondendo à questão de saber que alternativa deve ser adoptada na presente crise, o camarada Garcia Pereira expôs as medidas fundamentais que deverão ser tomadas por um novo governo democrático e patriótico, designadamente a saída do euro e a criação de um novo escudo, a recusa do pagamento da dívida e a aplicação de um programa de desenvolvimento que tire partido dos enormes recursos de que o país dispõe e que sirva os interesses dos trabalhadores e do povo.
Fortemente aplaudida, a intervenção do camarada Garcia Pereira foi seguida por um vivo debate, motivado pelo conjunto de questões colocadas pela assistência, e que proporcionou a oportunidade de aprofundar os temas tratados. No final da palestra, era unânime a satisfação dos presentes pela sessão em que tinham participado.

O Correspondente do Luta Popular no distrito de Castelo Branco

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