Passa hoje o 37º aniversário do assassinato pela PIDE do camarada Ribeiro Santos.
Ribeiro Santos era, na altura, estudante da Faculdade de Direito de Lisboa e militava na organização do MRPP para a juventude estudantil, a Federação dos Estudantes Marxistas-Leninistas (FEM-L).
Dotado de uma grande coragem e firmeza na defesa dos princípios e da causa da revolução, Ribeiro Santos não hesitou em enfrentar dois bufos da polícia secreta de Salazar que se encontravam numa reunião de estudantes contra a repressão, a decorrer na Faculdade de Economia - actualmente, o ISEG -, e que iam contando com a protecção dos dirigentes da Associação de Estudantes daquela Faculdade, militantes do PCP.
Não só não foi por acaso que se tratou de um militante marxista-leninista a tombar naquele dia às mãos assassinas do regime fascista de Salazar e Caetano, como o exemplo heróico de Ribeiro Santos constituiu um marco decisivo no movimento revolucionário que iria conduzir à queda daquele regime ditatorial e sanguinário.
É que importa não esquecer - como o fazem os oportunistas de hoje, a propósito deste acontecimento - que, para além da sua inesgotável energia e indomável combatividade revolucionárias na luta contra a ditadura e a repressão que se abatiam sobre o movimento estudantil que lhe custaram a perseguição impiedosa pelos professores fascistas, como o tristemente célebre Martinez, Ribeiro Santos colocou essas qualidades de bravura e tenacidade ao serviço de uma linha política e ideológica que visava transformar a luta anti-colonial numa guerra civil revolucionária que, com o derrubamento do Estado fascista, levasse a classe operária ao poder.
Do outro lado, estavam os revisionistas que viviam apavorados com a ideia de o movimento operário e popular dar lugar a uma revolução que não só apeasse e demolisse o regime fascista como, em seu lugar, instaurasse um governo democrático e popular em direcção a socialismo e ao comunismo.
Como em 12 de Outubro de 1972 denunciou o Comité Lenine, Comité Central do MRPP, os revisionistas do PCP apontaram o alvo e a Pide disparou sobre Ribeiro Santos.
Ao assinalarmos hoje esta data e honrarmos a memória de Ribeiro Santos, não podemos deixar de denunciar os oportunistas que, por estas alturas, surgem a invocar uma pretensa identificação com a causa que o nosso camarada abraçou e que eles já há muito abandonaram ou nunca chegaram a defender.
É que um dos traços distintivos do carácter de Ribeiro Santos - e que ninguém que privou com ele nas batalhas políticas em cujo campo havia de tombar pode desmentir - foi precisamente o da fidelidade e intransigência na defesa dos princípios por que lutava e o desprezo que nutria e a perseguição que movia aos oportunistas, revisionistas e toda a espécie de trânsfugas.
12 de Outubro de 2009
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