Semana Azul ou a Entrega do Mar Português à
União Europeia?
A ministra Cristas, com acções como a Semana Azul afirma que a sua intenção
"é
tornar Lisboa a capital dos oceanos, a capital do mar, trazer as pessoas ao
País e mostrar o que temos do muito bom que é feito na nossa área económica,
científica e inovação", mas estas palavras mais não são do que
uma tentativa de esconder do povo português o que se está a preparar em
Bruxelas, ou seja, o roubo do Mar Português.
Depois da liquidação da nossa marinha mercante e frota de pesca e
de tudo o que está ligado ao mar, o governo de traição nacional de
Coelho/Portas está a preparar a entrega à União Europeia (U. E.) do Mar
Português e dos fundos marinhos, que abrangem 4 milhões de Kms quadrados de
área, ou seja, uma área superior à de toda a União Europeia.
Na Europa está a ser construído e desenvolvido o conceito de Mar Azul, que mais não é do que a
criação do Mar Europeu.
Ora, o Mar Europeu só pode ser feito com o Mar Português. Por
isso, os abutres de Bruxelas estão já a preparar o saque das nossas riquezas
marinhas como aconteceu, anteriormente, com as pescas. Não podemos esquecer
que, apesar de sermos o segundo consumidor per capita de peixe do mundo, temos de importar dois
terços do peixe que comemos e que, desses dois terços, 80% vêm de Espanha, mas
que são pescados nas águas da Zona Económica
Exclusiva Portuguesa (ZEE).
A União Europeia prepara-se, então, para
usurpar o Mar Português, de acordo com um plano, nos termos do qual deixa de
haver mares nacionais, passando a haver um único mar europeu, dirigido pela
Alemanha, com a circunstância de as divisões desse mar europeu não serem
nacionais, mas regionais, o que significa que passará a haver um mar ibérico,
cuja gestão ficará sob a alçada espanhola.
O governo está, portanto, hoje a cozinhar, nas
nossas costas, a entrega do nosso mar depois da liquidação dos nossos portos,
que poderiam ser a principal porta de entrada do grande tráfego marítimo.
Mas porque é que a Europa está tão interessada
no domínio do mar?
Hoje é com os mares que se fazem os grandes negócios do comércio e
se desenvolve a economia mundial.
Neste momento, estamos a assistir ao controlo dos mares através do contentor, o qual está a reduzir os custos de produção de tudo o que é
produzido e precisa de ser transportado.
Os custos actuais e futuros do transporte de
um contentor por via marítima faz com que não haja diferenças significativas
nos custos de produção, quer a mercadoria seja fabricada na Ásia, na América ou
na Europa. Os custos de produção continuarão a baixar à medida que os navios
porta-contentores que actualmente transportam 12.000 contentores, através do
Canal do Panamá, passarem a transportar no futuro 18.000 contentores, quando o
canal em construção na Nicarágua, vier a permitir passagem destes navios
gigantes.
O contentor é, pois, a arma desta globalização e está a provocar
uma transformação
na economia como a que, no passado, os vagões dos comboios tiveram na redução
dos custos e do tempo de transporte das mercadorias. Só que o comboio limitava-se ao país ou ao continente. Agora, o
contentor está a fazê-lo ao nível do globo terrestre, daí a colossal
importância do nosso mar e do porto de Sines, que é o único de águas profundas
na Europa e por onde passam os maiores porta-contentores do mundo vindos dos
países das grandes economias emergentes do Oriente, que preferem utilizar uma
rota directa ao continente Americano, atravessando o canal do Panamá em
direcção à Europa.
Hoje, Portugal é o país central no mundo
global e, dentro de algumas dezenas de anos, o Atlântico Central (Região
Autónoma da Madeira, Região Autónoma dos Açores, Canárias e Cabo Verde) será a
nova centralidade estratégica, militar e económica de cinco continentes: a
Eurásia, a Africa, e as três Américas. Portugal fará parte de um dos
centros de toda a economia mundial: o Atlântico Central.
O nosso País deve desde já tomar como rumo
essa estratégia fundamental de desenvolvimento, investindo nas ciências e tecnologias
da comunicação e na economia do mar.
Para além das pescas, a economia do Mar visa
uma nova fileira de indústrias produtoras de bens e serviços que têm na própria
coluna de água e nos fundos das plataformas continentais e das placas
tectónicas as suas matérias-primas e meios de produção.
Claro, que este governo de traição nacional
não tem nem nunca teve no seu horizonte a defesa dos interesses do País, bem
antes pelo contrário, entregou Portugal aos grandes interesses estrangeiros,
controlados pelo imperialismo. O que aliás ficou bem claro na intervenção do
fariseu instalado em Bruxelas, Carlos Moedas, que descaradamente se exprimiu, a
este propósito, do seguinte modo: "o mar é de grande importância para a União Europeia",
acrescentando que "a economia azul na Europa representa cinco milhões
de empregos e é grande objectivo da União para 2020 conseguir aumentar esse
número de empregos até sete milhões. Isso vai depender do esforço de
investimento dos privados, do público e de todos aqueles que vão contribuir
para que esta economia azul seja realmente aquilo que nos diferencia em relação
a outros continentes".
Em oposição a esta política de vende pátrias
do Moedas, recordemos que uma das razões
para a Islândia e a Noruega não terem aderido à Comunidade Europeia foi
precisamente, porque recusaram o saque dos seus mares.
O Partido e os democratas e patriotas devem
compreender as consequências para o País deste autêntico roubo e lutar contra a
concretização deste plano da União Europeia, começando pela sua denúncia e
repúdio.
Texto da autoria da Redacção
do Luta Popular
PCTP/MRPP um partido que
não verga e ousa lutar e pensar diferente!