Em 80 escolas de norte a sul do país, os
professores dos ensinos básico e secundário enfrentaram mais uma vez a sanha
terrorista e persecutória de um governo e de um ministério da educação
apostados em destruir a escola pública, em despedir professores e em entregar o
negócio da educação a grandes grupos económicos capitalistas.
Depois de sofrer uma derrota em
Dezembro passado, o ministério dirigido por Nuno Crato voltou agora à carga com
a realização de uma prova humilhante para supostamente “avaliar conhecimentos e
capacidades” de professores que fizeram a sua formação com estágio integrado e
que já dão aulas há vários anos, os quais, em flagrante violação da lei e das
convenções internacionais, o ministério da educação se recusa a integrar nos
quadros, mantendo-os eternamente na situação de “professores contratados”. Com
esta prova, que inicialmente queria aplicar a todos os cerca de 50.000
professores contratados que existem no país, tendo depois que recuar para a
aplicar apenas aos que dão aulas há cinco anos ou menos, pretendem o governo e
o ministério atirar imediatamente para fora do sistema de ensino o maior número
possível dos professores abrangidos por tal prova.
Em 18 de Dezembro de 2013, um
movimento de luta e de boicote logrou impedir a realização da dita “prova de
avaliação de conhecimentos e capacidades” em cerca de metade das salas onde a
mesma teria lugar. Dos cerca de 13.500 professores nessa altura convocados para
fazer a prova, cerca de 6.000 não a realizaram. Agora, depois de eliminar das
listas mais de 2.000 professores, os quais a nova pide ao serviço do governo
considerou que foram participantes activos no boicote então realizado, o
ministério de Crato marcou de surpresa uma nova data para a realização de uma
“segunda chamada” da prova, com apenas três dias de antecedência para impedir a
convocatória de uma greve ao serviço de vigilância, cujo pré-aviso não poderia
assim entrar em tempo útil, e tentando aproveitar o facto de muitos professores
já se encontrarem de férias ou estarem em casa a corrigir provas dos exames
nacionais.
Prosseguindo neste tipo de
comportamento tipicamente fascista, o governo e o ministério mandaram proibir o
acesso às 80 escolas para onde estava marcada a prova a todos os professores
que não estivessem escalados para o serviço de vigilância ou que não tivessem
sido convocados para fazer a prova, colocando ao mesmo tempo milhares de
polícias à porta dessas escolas. Mesmo assim, em muitas das escolas e salas
onde a prova estava para se realizar, ou os professores vigilantes se recusaram
a cumprir tão aviltante papel, ou os professores convocados para a prova
organizaram acções de luta e de boicote.
Em muitos casos, a polícia
invadiu os espaços de realização das provas para intimidar os professores que
nessa altura se encontravam completamente isolados no interior das salas.
Destes, os que se mantiveram firmes e se recusaram a realizar a prova foram
impedidos de sair da respectiva escola e foram sequestrados em salas, na
tentativa de ocultar àqueles professores que se encontravam no exterior das
escolas aquilo que realmente se passava lá dentro. Esta miserável provocação
fascista feita aos professores, às escolas e a todo o povo não ficará impune!
Como balanço global, quase
4.000 dos 13.500 professores contratados desta vez abrangidos pela dita “prova
de avaliação de conhecimentos e capacidades” não a terão realizado. A esses e
àqueles que tendo realizado a prova obtiverem na mesma uma classificação
negativa, a quadrilha do Crato quer impedi-los de imediato de concorrer a
lugares nas escolas no próximo ano lectivo. Este vil ataque aos direitos e à
dignidade dos professores não poderá passar! A luta dos professores contratados
é a luta de todos os professores, dos pais e encarregados de educação, dos
estudantes e de todo o povo português.
Para além dos professores
contratados, cuja esmagadora maioria não obterá colocação no próximo ano
lectivo, o governo e o ministério da educação vão procurar também expulsar das
escolas muitos milhares de professores do quadro já em Setembro próximo. A
totalidade dos professores e profissionais da educação e todos os membros da
comunidade educativa têm de se erguer como um só homem contra mais este ataque
e em defesa da escola pública e de uma educação democrática e de qualidade.
Tal luta só poderá ser vitoriosa se o governo de traição nacional Coelho/Portas for derrubado e substituído por um novo governo de unidade democrática e patriótica. Por isso, os professores e todos os que trabalham e estudam nas escolas devem participar activamente na greve geral nacional de 48 horas proposta pelo PCTP/MRPP para 6 e 7 de Novembro próximo e que tem por objectivo central o derrube do governo.
Tal luta só poderá ser vitoriosa se o governo de traição nacional Coelho/Portas for derrubado e substituído por um novo governo de unidade democrática e patriótica. Por isso, os professores e todos os que trabalham e estudam nas escolas devem participar activamente na greve geral nacional de 48 horas proposta pelo PCTP/MRPP para 6 e 7 de Novembro próximo e que tem por objectivo central o derrube do governo.
Viva a luta dos professores portugueses! O povo vencerá!